A viabilidade do uso de pronomes neutros:
uma análise humboldtiana de vídeos online no Brasil
Resumo
Buscamos com este estudo entender como se dá a viabilidade da inclusão de pronomes neutros na comunicação informal brasileira a partir de práticas linguísticas (oral/cotidiana). A escolha deste tema se deu em virtude dos recorrentes usos de pronomes neutros na comunicação informal oral e escrita. Nesse contexto, pesquisadores brasileiros como Lau, Sanches (2019) e Magalhães, Cardoso, Pôrto (2022), apontam para a necessidade de reflexões sobre a viabilidade de alterações gramaticais para a inclusão do gênero neutro na comunicação formal, uma vez que as representações existentes de gênero, voltam-se para alusões ao binarismo, como sendo este um campo privilegiado de poder. Partindo desse pressuposto, vislumbramos como lacuna metodológica na literatura estudos que associam a abordagem linguística proposta por Alexander von Humboldt (1990-1991), com a viabilidade gramatical da inclusão de pronomes neutros na língua brasileira oral. Posto que as línguas de origem latinas, como o português, possuem uma capacidade intrínseca de se transformar e, a partir disso, possibilita diferentes formas de conceber as relações entre pensamento, razão e linguagem (HUMBOLDT, 1990-1991). Com relação aos aspectos metodológicos, este estudo está delineado como sendo qualitativo-descritivo, uma vez que nos propomos em descrever e interpretar o sentido das narrativas dos sujeitos de pesquisa, a partir de recortes de falas. Concluímos que, embora haja um interesse por parte de grupos de identidade não binária acerca da inclusão gramatical de pronomes de tratamento neutros, esta relação ainda é algo muito incipiente em termos de definição, aplicabilidade e conjugação de pronomes e artigos.
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