Pantanal:
crise política, sustentabilidade e relações de gênero
Abstract
A telenovela Pantanal, escrita por Benedito Ruy Barbosa, em 1990, e transmitida pela Rede Manchete, foi adaptada para uma nova versão em 2022 pelo neto do autor Bruno Luperi. À vista disso, o artigo propõe analisar esta última, pois a grande repercussão da trama amorosa e saga familiar de Joventino (velho do rio) e de José Leôncio (seu filho) tem como protagonista a natureza e a brasilidade. Essas duas premissas problemáticas, em tempos de festas eleitorais para presidência da república no Brasil, coloca-nos diante de um ambiente similar àquele da produção feita nos anos 1990. Com a hipótese de que, propositalmente, a Rede Globo de Televisão procura intervir na cultura política nacional e no resultado das eleições por meio do sucesso e das principais discussões propostas pela ficção, intenta-se nesse papper problematizar as tensões geradas pelas abordagens feitas sobre política, sustentabilidade e relações de gênero. Para tanto, considerando a narrativa televisiva como fonte histórica, privilegiaremos a análise da produção e enredo em contraponto com a recepção nas redes sociais sobre os debates supracitados. Ademais, comparar o contexto dos anos 1990, período da eleição de Collor, com a crise política vivenciada no Brasil hodierno, também é um dos pilares da construção dessa investigação historiográfica.
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